E A QUANTIDADE...

De assuntos que eu consegui misturar no post que não ía escrever???

Apre... Spooky...

DO AMOR E OUTRAS DOENÇAS

Agora que o meu 'protégé' descobriu:

1. Que eu tenho um blog;

2. Que o seu sentimento que-não-é-ainda-amor-tás-a-ver-é-prematuro-falar-assim é aqui mencionado ao de leve.

Tornou-se um frequentador assíduo do estaminé e azucrina-me o juizo quando aqui chega porque não tem literatura nova.

O moço sabe lá a canseira que é isto de ser mãe, solteira em part-time, trabalhadora estudante e conselheira sentimental?????

Principalmente, quando o mini-xavalo decide acordar quando cheguei das aulas e 'fazer o amor' com o meu juizo até quase às 4. Altura em que o enfiei na minha cama, de onde ele estava constantemente a fugir mas também berrava quando o punha na dele, e lhe fiz uma dissertação sobre a escuridão vigente no mundo (pelo menos no nosso fuso horário) e que isso era sinónimo de ó-ó!!! (cá para mim o puto, hoje às 6 tira o sapato e pede o pijama!)

Nessa altura, decidiu que se era para o ó-ó, tinha que ser agarradinho à mãe. Não há condições!!! Eu às vezes acho que se fosse uma gaijita de vida sossegada, era top model. É que mesmo com esta falta de qualidade vida, eu consigo que ninguém me diga que tenho mau aspecto!

Portanto, 'protégé' fófinho, a tua Marquesa de Merteuil* hoje mal pode com uma gata pelo rabo quanto mais escrever posts... Ops, acabei de escrever um... ;o)

* Personagem de Les Liaisons Dangereuses (As Ligações Perigosas), romance epistolar do século XVIII, da autoria de Choderlos de Laclos e publicado em 1782. Para quem não gosta de ler, ver a versão realizada por Stephen Frears de 1988 com Glenn Close, Michelle Pfeiffer e John Malkovitch brilhante numa cena onde repete até à exaustão a frase: 'It is beyond my control...' E mais não digo.

2 ANOS...

No dia 25.11 (passado Domingo), este estaminé comemorou o seu segundo aniversário.

Como não tenho pc em casa (porque Net tenho, falta é o pc), não escrevi o post no próprio dia.

2 anos… É muito tempo. Quando esta aventura começou, a maior aventura da minha vida tinha 6 semaninhas, hoje responde-me torto quando lhe apetece e eu ensino-lhe a dar beijinhos com barulho em vez de dar só a bochecha para receber. Todos os dias temos uma aulinha destas.

Nestes dois anos de blogosfera, falei com muita gente, ganhei afinidades, perdi contacto com algumas pessoas mas o saldo foi sempre positivo.

Mas tenho que aqui falar de 3 pessoinhas em particular e desde já peço desculpa a todas as outras freguesas por só referir 3 mas vocês são tantinhas (e tantinhos) no meu coraçanito que se fosse falar de todos amanhã ainda estava a escrever este post e vocês tinha que imprimi-lo para ser leitura de mesa-de-cabeceira nos próximos 6 meses.

1ª Referência - Rita Q.: Foi a 1ª blogoamiga a comentar neste espacinho e foi também a minha inspiração para criar um blog. O facto de já a conhecer (por interposta pessoa) há ‘milhares’ de anos serviu apenas para confirmar que as pessoas nos blogs podem ser iguais ao que são na vida real. Acho que ela agora já não passa por aqui, mas terá sido sempre a 1ª.

2ª Referência - A Frénezinha: a constante e fiel Frenética. Há 2 anos que me visita. ‘Vi’ o P. dela a crescer, tinha cerca de 8 meses quando ela começou a ‘passar’ por aqui, agora estão um grandão que vai à escolinha e lhe dá cabo do juizinho como convém. ‘Vi’ o P como filho único e agora vejo-o como a aspirante a mano mais velho. Não me digam que longe da vista longe do coração, que eu nunca lhes pus a vista em cima e quero-lhes tanto bem como quero aqueles que sempre conheci. Ou não tivesse eu ficado com ‘um cisco no olho’ assim que li que a gaijita ir ter mais rebento!!! Volta sempre, amiga! E que daqui a 20 anos aqui estejamos a falar mal das namoradas deles…

3ª Referência - A minha Maggy. Existia na minha vida antes de eu saber dela em blogs. Dizia-lhe bom dia todos os dias quando deixávamos os putos na escolinha, trocávamos ideias curtinhas e um dia apareceu-me por aqui adentro. Lia-me mas não sabia que eu era aquela miúda gira e charmosa (cof, cof, cof) que ela encontrava todos os dias na creche. Acho que é a única que eu conheço fora do virtual. E confirma a minha opinião: ser amiga aqui, é ser amiga em carne e osso também.

A toda(o)s a(o)s outra(o)s que este planeta visitam, só posso dizer que penso em vocês como penso nos meus amigos de carne e osso. Fico a matutar em posts tristes e vagos, riu de gargalhada com as vossas peripécias, comovo-me com os desaires que as vidas têm.

Como é que eu posso dizer que vocês são importantes? Sei isso porque mesmo nunca vos tendo visto me tocam, fazem parte da minha vida. Porque sei que se amanhã acordasse e todos vocês tivessem saído da minha vida, eu iria ficar mais pobre, mais triste, mais vazia e com um coração partido.

ESTATISTICA

Penso que ontem pelas 21 horas foi público e notório que as probabilidades de eu entender a matéria de Economia Politica – e, consequentemente passar à cadeira - são iguais ou inferiores às probabilidades de ser nomeada administradora da minha empresa dentro dos próximos 6 meses;

e/ou

Iguais ou inferiores às probabilidades de ganhar no Euromilhões e não ter que me ralar mais com esse assunto.

EXCERTOS DE UMA MENTE CADA VEZ MAIS PERIGOSA

“Artigo 280, nº 2. Nulidade de lei por exposição… Ai que me esqueci de cortar as unhas ao miúdo! Vou aproveitar que o xavalo está a dormir e fazer-lhe a manicure.”

5 Minutos e 10 unhas depois:

“Okay vamos lá… Artigo 6: o desconhecimento da lei… Não gosto mesmo nada dos Sopranos… Quer-se dizer não é gostar, mas nunca entrei na dinâmica da série… E o Gandolfini… PAROU! Concentra-te! O desconhecimento da lei ou sua ignorância não isenta… E se eu fosse fazer um chocolatinho quente? Ganda ideia…”

10 Minutos, 1 chocolate quente e 1 cigarro depois:

“As fontes do direito são… As batas!!! Esqueci-me das batas na máquina de secar. Vão ficar todas engelhadas e vou ter que as passar a ferro!!! Ah não… Já as tirei quando fui cortar as unhas do gaijo… As fontes do direito são várias, oh se são, era engraçado se eu me lembrasse delas… Aposto que estão aqui algures… Olha o livro que eu ando a ler… Isso é que era, enrolar-me aqui na mantinha a ler algo que não as fontes do direito. Não… Concentração, muita concentração nesta hora! Eu precisava era de um portátil para passar as aulas e ficar tudo direitinho… Maldito ((&$%/$/$&%)/& que me assaltou a casa quando eu mais precisava daquela porra… É melhor ir fumar mais um cigarrito para sossegar.”

5 Minutos e 1 cigarro depois:

“Eh pá. São 11:30. Tenho que ir dormir. Amanhã tenho aulas até tarde. Tenho de descansar!”

Moral da História: Não te recordes não do ritmo de estudo que vamos por um lindo caminho…

DO FIM-DE-SEMANA...

Fica um galo na testa resultante de uma tentativa de subir as escadas com a Leopoldina, 2 dvd's e um urso debaixo do braço.

Fica a imagem ridicula da mãe a correr pela casa nua, toda molhada assim que ouviu a queda.

Fica a carinha dele chorosa a dizer que já não queria o Nemo mais (o dvd que ía debaixo do braço) queria era o Piin (pinguin = Happy Feet).

Fica a irritação dele por estar a apalpá-lo a perguntar onde doia e ele já furioso apontava constantemente para a testa e dizia-me: "Mãiiii, dói é aqui!!!!"

Fica a dor de cabeça com que a mãe ficou com os nervos.

Fica uma tarde fria a dormirmos os dois agarradinhos nos sofá.

Fica o Happy Feet a dar na Tv enquanto comiámos cereais debaixo da manta juntinhos.

Fica a correria atrás dos pombos na baixa para os ver voar enquanto ria e gritava "mais".

Fica a certeza de que a felicidade não é mesmo um estado absoluto e supremo mas antes a junção de pequeninas coisas e momentos.

TIME AFTER TIME

Fui às aulinhas. Foi uma sensação estranha passados tantos anos.

É engraçado como o tempo altera os nossos objectivos e perspectivas das coisas.

Há 15 anos, talvez fosse eu a miúda de míni saia a falar com um ar pseudo intelectual com o xavalo mais engatatão da turma.

Mas agora, eu estou mais para velho dos Marretas: sentadinha com a minha Comadre a comentar que a mocinha ainda tem menos dinheiro que nós que nem deu para o resto da saia e que se ela depender dos apontamentos ‘espertos’ dele, bem que vai demorar 20 anos a tirar o curso.

As nossas expectativas alteram-se radicalmente:

- Queremos efectivamente ir às aulas;
- As festas não são contempladas no nosso programa;
- Rapazes… Bem são isso mesmo, rapazes, e ao fim ao cabo já temos quem nos dê trabalho que chegue nesse campo;
- Comemos sopa no intervalo sem sequer ponderarmos a junk food;
- Qualquer folhita serve para escrever, sem nos preocuparmos muito com o aspecto do caderno ou da pasta;
- Sabemos efectivamente o nome dos professores e dos livros que devemos ler antes da época de frequências se aproximar;
- Sabemos ao que vamos e o grau de fantasia não é elevado.

É estranho mas ao mesmo tempo bom termos a oportunidade de observar a mesma situação mas de forma tão distinta.

Aos 17 anos, eu fui para a Universidade e ía mudar o Mundo e torná-lo melhor.
Aos 32 anos, vou para a Universidade e vou tentar melhorar o meu mundo. Tentar…

DUELO AO AMANHECER

Fiz uma daquelas coisas que só gaijas que não andam na vida de solteira e já têm distanciamento [e savoir-faire (gostaram desta?) próprio da idade] suficiente para ser estrategas num jogo de sedução conseguem fazer.

Mais fabuloso ainda é quando estamos a delinear a estratégia do sexo oposto. E ele ainda me pergunta: “Como é que tinhas a certeza de que isso ía resultar e que ela ía reagir dessa forma?” Elementar, meu caro Watson, elementar… “Mas como é que podias saber? Sabes mais do que dizes…” Sei! Sei o que 32 anos a ser gaija me ensinaram… Talvez seja um bom motivo…

O que ele não sabe é o que lhe acontece se ele fizer alguma asneira com ela. É que aí tem 32 anos de sacanice a virarem-se contra ele que é um consolo!

Tudo no seguimento disto…

Adenda: E não é que ao pôr a estratégia em prática se descobre que o meu ‘protegé’ (esta também é bonita!) tem um adversário à altura? Agora além das intrigas de alcova, temos uma espécie de duelo ao pôr-do-sol em que nenhum dos actores sabe do papel do outro! E eu mais uma vez chego à conclusão que tenho uma imaginação muito fértil e uma vida muito mais rica do que se possa imaginar ao contemplar apenas a minha 'cortina' de pacata mãe de família!

SAIR DE CASA EM DIAS DE ESCOLINHA DA MÃE É DURO…

Antes de mais quero agradecer ao meu filho querido que fez tudo o que eu lhe pedi à segunda!

À primeira era a Leopoldina a fazer que ele agora só faz as coisas depois da pássara amarela!

- Vamos mudar a fralda amor?
- A Dinha, mãe!
- Ok mudamos a da Dinha e depois do Rafael.
- Xim.

- Vamos beber o leite amor?
- A Dinha, mãe!
- Ok damos 1º à Dinha e depois ao Rafael.
- Xim.

E assim sucessivamente, passando pela roupa, sapatos, bata, casaco, etc, etc, etc.

Mas a moral da história é que não contabilizámos nenhuma birra nem nenhuma zanga e isso é positivo!

Porque se a manhã tivesse corrido mal e eu tivesse que o enfiar de baixo do braço para o arrastar para o carro, acho que tinha telefonado para o emprego a dizer que estava doente, senão vejamos o que a minha pessoa levava ao sair de casa:

- Mala;
- Casaco que de manhã depois da correria nunca tenho frio e só depois de o deixar na escolinha é que noto que já estamos quase em Dezembro;
- Mochila de filho;
- Mochila para deixar em casa dos avós para logo;
- Pasta com as coisas da escolinha da mãe;
- Saco de papel com prenda para colega que faz anos;
- Saco de papel vazio porque o fedelho viu a mãe com saco e também quis mas como caiu porque se baralhou com o saco, a Leopoldina e a bata, empandeirou o saco para a minha pessoa.

Com tudo isto, se o gaijo se tem portado mal, como vêem só tinha mesmo a hipótese da baixa ou então era hoje que ia ao pontapé e ao rebolão para o carro que eu não tinha mãos para o levar!!!!!!!!!!!!!!!!

P.S.: É hoje que a Protecção de Menores vem atrás da autora do Blog.

P.S.2: E também tive que dar beijinho à Leopoldina quando a deixei na escola, oh larila se tive!!!!

E SE ALGUÉM TE DISSER...

Que não tens tempos livres nem dinheiros livres o que fazes?

Inscreves-te na Universidade!!!

E 15 anos depois, sou outra vez caloira...

E quando me olho ao espelho, depois desta loucura, penso: "Ou tens uns gandas tintins ou deu-te a maior diarreia cerebral da tua vida!"

O tempo o dirá valha-nos os avós que acham que parar é morrer e ficam com o pirralho nas noites em que for às aulas...

P.S.: E não sou só eu... Que há aí outra mãe solteira em part-time que vai comigo (ou eu com ela para ser mais exacta)...

A MAMÃ TEM UMA TARAS QUE FÁXAVÔR!!!

Mesmo com os minutinhos todos contados de manhã, faço questão de quando lhe visto uma camisola com as mangas compridas não lhas dobrar.

Tudo para que ele venha depois atrás de mim com aquele ar trapalhão a dizer:

- Oh mãe, a óbinha??

- O quê, amor?

- A óbinha, mãeeee!!! (com um ar mimalho e doce, a esticar-me os bracinhos)

Faço-lhe então a DOBRINHA nas mangas e recebo como recompensa um abracinho gostoso...

AO ANOITECER

O melhor filme que vi em 3 anos, sem qualquer dúvida. Recomendo mas levem os lencinhos e deixem os gaijos em casa.

P.S.: Sim, fui ao cinema com amigos!!! Qual gaija solteira sem filhos!!!! Atrasei-me foi 10 minutos para o hamburger porque fiquei a ouvir uma mini-pessoa aos berros com o avô porque queria a 'minha mãiiiiiiiiiiii' mas isso foi pormenor!!!!

P.S.2: Eu sei que ele tem que se habituar a ficar com outros, não pode estar só habituado a mim... Blá, blá, blá, blá... Mas custa pá!!! É que o gaijo é mesmo menino da mamã!!!!

CAVALOS, XIXIS & CIA

Ai miúdas que ando cheiiiinha de trabalho. Ainda por cima agora sem o PC em casa nem dá para postar à noite.

A visita de estudo correu bem.

O besnico andou a cavalo! Vinha encantado e cada vez que lhe falávamos nos cavalos abria um sorriso de orelha a orelha.

Para completar, o pai veio no fim-de-semana, pelo que o moço andou contente da sua vidinha.

Esta semana tem-se portado muito bem com o seu desfralde e só ontem é que sujou uma muda de roupa na escola.

Não vamos falar de como se porta em casa em relação a isso que eu qualquer dia sigo exemplo desta menina mas em vez de só lhe cortar a pilinha também lhe coso o c* com fio de pesca!!!!!!!!!!!!! Senão vejamos a nossa última discussão:

Ao chegar da escolinha ficámos a brincar no jardim:

- Mãe! Coco!
- Então, anda, vamos depressa para a sanita!
- Não, mãe, nã quéio!
- Queres sim. Então não queres fazer coco?
- Xim.
- Então vamos depressa.
- Nã quéio. No chão.
- Qual no chão qual carapuça. Anda já.
- Não.
- Rafael, vamos para a sanita.
- No chão (Já aos berros e a fugir de mim).
- Na sanita, Rafael.
- No chão.
- Não!!!!
- Xim!!!!! (pára a 3 metros de mim)
- Não. (Começo a avançar para o agarrar)
- Hummmmmmmmmmm. Já tá, mãe!

Na minha boca: Já à minha frente para a casa de banho para irmos para a banheira.

Na minha cabeça: /()%(/&$%$”%#&$/%/%(/&)/&(%/#”!&$(=))/&&$ E a imaginar-me a coser o dito Cujo com fio de pesca e depois quando ele quisesse fazer que fizesse força à vontade até lhe sair pelo nariz!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Eu sei que não é pedagógico mas enquanto eu limitar a minha fúria aos pensamentos, o mundo está seguro!

E LÁ FOI ELE...

Estamos aqui concentradinhas a tentar ser esta Mãe-Galinha!!! Forte, destemida, que faz tudo o que pensa ser melhor para seu pintinho... (Até porque não posso dar parte fraca perante os poucos gaijos que me visitam e que têm sempre uma palavrinha que me faz sorrir e um bom senso muito mais objectivo que o nosso, ou pelo menos, que o meu.)

Mas quando o deixei na escolinha confesso que estava mais para a foto abaixo que para a foto acima... Mas penteada!!! Muito penteadinha, Susana, que a malta não pode envergonhar a prole!!!!

1ª VISITA DE ESTUDO

É amanhã...

Demorei 10 minutos para assinar a folhinha...

Ele está excitado com a perspectiva...

Eu tenho o coração no nariz (já passou acima da boca)...

Se não fosse tão convicta dos meus principios (leia-se teimosa e arrogante), não o deixaria ir...

É o meu bébe...

Ou talvez já não seja...

O meu EU racional sabe que ele é do Mundo e, se o Deuses quiserem, o Mundo será dele... Mas tem que partir já para conquistá-lo?????

Só me passa uma citação de Santo Agostinho pela cabeça: "Oh Lord, give me chastity, but do not give it yet."

UM NOVO FASCÍNIO

Saio do duche a correr (como costume), seco o cabelo com a toalha (fico a rainha dos despenteados, com direito a coroa, trono, castelo e tudo). Entro na sala para ir buscar qualquer coisa.

A Florbela Queirós do Vale que existe nele vem ao de cima e diz-me com um ar com um misto de desalento (a minha mãe não tem salvação) e condescendência (tadita, tão nova e já tão taralhoca…):

- Oh Mãe… Abelo, mãe!!!!

Sempre me viu de cabelo curto. Mas agora até está bem comprido para o habitual, logo quando me baixo tem tendência para cair para a cara. Acto contínuo, o meu ajudantezinho começa a dizer agitadamente:

- Abelo, Mãe, abelo, abelo…

Enquanto com a mãozita me vai afastando ‘carinhosamente’ o cabelo dos olhos. É que eu podia não ter dado conta…

P.S.: Para quem se esteja a interrogar, a mocinha da foto não sou eu...

SONHAR (LITERALMENTE)

Surpreende-me a capacidade que tenho de controlar o rumo dos acontecimentos nos meus sonhos (s.m. actividade mental não dirigida, que se manifesta durante o sono, pelo menos nas suas fases menos profundas, e da qual, ao acordar, se pode conservar certa lembrança)

Agrada-me sonhar que tenho 20 anos.

Abespinha-me agir em sonhos como se tivesse 20 anos.

Chateia-me à brava ser seduzida com almoços, nos meus sonhos.

Fico feliz por mesmo nos meus sonhos, mesmo com 20 anos e parvinha, mantenho os meus princípios. Quer-se dizer, alguns deles… Para ser honesta, aqueles que não sendo os que afectam o destino do planeta (porque nesses sou flexível), afectam o meu mundo.

Note to self: reler o livro dos sonhos do Freud…

P.S.: A ideia não é ser enigmática, é só mesmo isto. Ou como dizia o outro "as minhas noites têm mais movimento que os dias", pelo menos mentalmente...

DEVASSA ou FILHOS DE UMA GRANDESSIMA E ALTERNADISSIMA ****

Existem poucas sensações piores do que sentirmos a nossa intimidade devassada; do que sentirmos a nossa vida privada violada.

Pela 2ª vez no espaço de 2 anos senti (sinto) isso. Há 2 anos, o apartamento em que vivia foi assaltado enquanto dormíamos. O Rafa tinha 13 dias e não me lembro de alguma vez na vida me ter sentido mais indefesa, pequenina ou vulnerável.

No sábado, enquanto fomos a uma festinha de anos (sim, que o meu filho tem mais vida social que eu…), a casa onde vivemos foi assaltada. Eu facilitei esquecendo-me de trancar a porta (mea culpa, pancadinha no peito e tudo e tudo…). Há umas semanas que ando para escrever um post sobre a personagem de desenhos animados com que mais me identifico: a Dory do Nemo (a peixa que se esquece das coisas). Se eu fosse um cartoon seria a Dory, de certeza. Sempre tive essa convicção e depois de sábado não resta nenhuma dúvida. É que eu cheguei a casa, tratei do Rafa, pu-lo a dormir, arrumei a sala e a cozinha e só quando fui vestir o pijama é que me dei conta do sucedido. Só nessa altura me lembrei que o PC que deveria ‘repousar’ em cima da mesa da sala, lá não se encontrava.

Tal como nos filmes de terror, havia todos os indícios: o cheiro da casa que me pareceu estranho (embora eu não consiga explicar. A casa cheirava a ‘estranho’. Não me cheirava a bem nem a mal, unicamente não cheirava como de costume. Foi como se a casa tivesse mudado de perfume e eu o conseguisse sentir embora fosse uma essência muito suave…), o cartão de visita caído no corredor, a moeda à entrada do quarto do Rafa. E tal como num bom filme de terror, a heroína ignorou-os todinhos. Para depois enfrentar a cruel realidade quando entrei no quarto e vi a minha gaveta toda remexida. As caixinhas espalhadas pelo chão…

Tudo no mundo assume uma importância muito relativa quando tomamos consciência que alguém não-benvindo esteve no nosso quarto. Alguém se aproximou nem que por segundos da nossa cama… A única consolação que me restou foi que não entraram no quarto dele… Isso eu não sei se suportaria… Isso iria deitar-me por terra… Mas não entraram…

Assim sendo, somamos mais um PC àquele que foi levado há 2 anos (estou sem Net em casa, portanto), uma máquina digital (lá se foram as fotos dos anos da Margot), meia-dúzia de libras, um carregador de telemóvel, um relógio do Super-Pai (tanto que eu insisti que o usasses mais vezes, mas tu não querias. Tinha sido eu que to tinha dado quando começámos a viver juntos e só querias usá-lo em momentos especiais. Amor, especiais são todos os dias…) e, curiosamente, alguns reais brasileiros.

Nem os brasileiros querem os seus próprios reais, mas os meus ladrões querem… Também devem ser especiais…