Já devem ter reparado que à parte de apelos a favor de crianças desaparecidas, nunca comentei aqui a minha opinião sobre o caso Madeleine Mccann.
Porquê?
Porque não queria, porque tenho sentimentos contraditórios em relação a toda a história.
Mas como não sou gaija de viver eternamente na ignorância fui lá. Ah pois fui!
Também não pretendia falar sobre isso, mas depois de me terem falado de uma petição contra os Mccann que andava na Net fui investigar e agora vou mesmo falar.
Depois de ver o local, não entendo o que se passou na cabecinha daqueles pais para deixar os putos sozinhos em casa. Eu não estou a falar de raptos, estou a falar de perigos bem mais vulgares. A porta da rua da casa dá directamente para a estrada. Qualquer dos miúdos podia abrir e sair. Se o meu filho tem 20 meses e abre a porta da rua e sai quanto mais uma de 4 anos. Bastava acordar, não descobrir os pais e sair à procura deles para ser atropelada.
Do restaurante onde eles supostamente estavam a jantar, não se vê o apartamento, Ok?
Para chegar ao apartamento, eles tinham que sair do restaurante, do empreendimento e depois de percorrer 50 mts, entrar no prédio.
Vi os Mccann à saída da Igreja e não pude deixar de pensar que pai nenhum merece perder 1 filho… E aí é que a ‘porca torceu o rabo’… É que eu posso não concordar com nada do que eles fazem, mas são pais… Ela é mãe como eu… E quem sou eu para julgar a forma como ela enfrenta a dor?
Embora tenham tido uma ideia de jumento, não será já castigo suficiente viverem com esse peso na consciência?
Se efectivamente, vão criar um fundo com o dinheiro para se dedicarem à busca de crianças desaparecidas, não será essa uma boa causa?
Se eles efectivamente – aparte do “momentary lapse of reason” – nada têm a ver com o desaparecimento, será mesmo necessário que haja petições para a assistência social ‘investigar’ a forma como os gémeos são tratados?
Não estaremos nós a querer ser mais papistas que o papa? (E não, não é um trocadilho!)
E não seria caso de alguém informar o Senhor que trata da imagem deles, que o excesso de exposição se está a virar contra eles?
E já agora, Sr Mccann, o blog da vossa vida é desnecessário e de mau gosto. Ainda se reflectisse os vossos sentimentos ainda era capaz de apelar ao sentimento; agora assim, como dizia a Bá à hora de almoço “parece um diário de bordo.
Confesso que os meus sentimentos em relação a isto ainda se asemelham muito à caricatura do Marcelo Rebelo de Sousa pelo Gato Fedorento:
(“É ilegal? Sim!
O que acontecer se fizer? Nada!
Mas é ilegal? Sim
Mas se fizer não acontece nada? Certo!”)
Mas sei de uma coisa: não vou assinar petição nenhuma para condenar ninguém que é apenas culpado de ‘pataroquice’! Se de hoje a amanhã for provado que eles são de alguma forma culpados pelo que aconteceu à miúda, ou se se provar que maltratam os gémeos, eu própria organizarei o grupo de linchamento. Até lá que impere a regra do direito:
In dubio pro reo*!
*Em dúvida a favor do réu = Inocente até prova em contrário