11 DE SETEMBRO DE 2006

Tinha pensado escrever um post longo sobre a queda das Torres Gémeas. Tinha pensado nisso porque me apercebi que este evento não será tão emblemático para o meu filho como é para nós, seus pais.

O 11/09/2001 será para o Rafa como a 2ª Guerra é para nós: impressiona-nos, revolta-nos, mas não assistimos, não vimos com os nossos próprios olhinhos. Assim será com os nossos filhos o 11 de Setembro.

Tinha pensado em escrever sobre isso mas não escrevi e nem vou escrever. Quem sabe para o ano eu dedique o meu tempo a um post mais elucidativo sobre a Al Qaeda.

Não escrevi sobre isso, meu Amor, porque a 11.09.2006 a queda que marcou o dia não foi do WTC, foi sim do Manitou. Não escrevi sobre o Bin Laden porque prefiro falar-te de como o teu pai hoje saiu de dentro do carro 2 minutos antes e ganhou uma nova vida tal como aqueles que se atrasaram para o emprego em 2001 Nova Iorque. Não te escrevo sobre Manhattan porque a sensação de alívio quando pensei no que poderia ter acontecido é equivalente àquela que muitos sentiram em 2001.

Posso dizer-te que a Mãe comprou este carrito antes de conhecer o teu pai e acabou de o pagar o mês passado e nem sequer pensou em trocá-lo quando nasceste. Aliás, costumava dizer ao teu pai que te ía ensinar a conduzir nele. Chamávamos-lhe BabyBus porque quando íamos à ginástica depois de nasceres, passávamos na casa da H. e lá enfiávamos mais um ovinho e lá íamos os quatro mais os ovinhos e os sacos, todos contentes.

Posso dizer-te também que carros há muitos e teu Pai é só um portanto... Lá teremos que comprar um novo. Carro, claro! Que mal por mal ficamos com este Pai! ;o)

Informo também que nessa noite bebemos a garrafa de Moët & Chandon que tinhamos para abrir quando nasceste mas que nos esquecemos. Bebemos porque a vida é curta e mais vale usarmos o que de melhor temos antes que possa ser tarde demais.