segunda-feira, abril 14, 2008

ATIREI O PAU AO GATO-TO-TO

Este fim-de-semana, pela 1ª vez, entendi o que ele andava a cantarolar pela casa. Abriu-se-me o coração e até fiquei com uma lagrimita no canto do olho.
Engoli-a e fui cantar com ele.
O resto do fim-de-semana, foi passado a 'atirar' paus aos gatos e com pulgas a morderem os pés.
Versão Alien da coisa:
"Atiei ao gatututututu
Não mueu
A Xica sustou
O ato deu
Iauuuuu
Miné.
A puga modeu pé
Ó guita
Mádita.
Ehhhhhhhh"

quinta-feira, abril 03, 2008

OS VELHINHOS

Quando o meu Alien foi para a escolinha actual, eu fiquei toda entusiasmada por ter um lar acoplado. Achei que a ideia era boa: crianças e velhinhos a partilharem o mesmo espaço. As crianças a serem acarinhadas e a ouvirem histórinhas daqueles que provavelmente não tinham oportunidade de as contar aos seus próprios netos; os velhinhos a ganharem novo ânimo face ao entusiasmo das crianças.

Depois pensei de mim para mim: estou tramada! É que eu tenho um certo íman para as criaturinhas acima dos 65 e abaixo dos 5! Sendo que as acima de 65, tendem a contar-me toda a sua história de vida.

O que eu não sabia é que o sacaninha do Alien vem com o mesmo íman! A criatura não se digna a dirigir a palavra a nenhuma das auxiliares ou das educadoras quando chega. No entanto, se se cruza com qualquer velhinho do lar, todo ele é sorrisos e “B’dias”.

Resultado, já tivemos de tudo: o Sr. Xico que é o mais antigo do lar e tem mais ferros no corpo do que ossos; a senhora de preto que chora quando ele lhe sorri e os filhos não lhe levam os netos para ela ver. E isto sempre de manhã, quando tenho os minutos todos contadinhos, mas que por algum motivo sou incapaz de lhes cortar o pio, o que resulta sempre em atrasos na chegada ao trabalho. E as conversas acabam invariavelmente com o sorriso do Alien e um adeus entusiástico ao velhinho.

Aliás, o ex-libris (o latim, Rodrez, o latim…) desta situação foi mesmo numa pastelaria em que me sentei numa mesa e na mesa ao lado se senta uma velhinha (não sei que idade tinha, mas tinha estado casada 52 anos com o mesmo homem e era viúva há 12…). A criaturinha pequena que estava comigo começa a lançar sorrisos e ‘xaus’ à senhora. A senhora a derreter-se. Às tantas, a empregada traz a torrada da velhinha. A míni-gente salta da cadeira e diz: “Oía, mãe. Pão. Xau.” E vai abancar na mesa da senhora.

Eu tentei tirá-lo, disse-lhe que lhe comprava uma torradinha, a velhinha vira bicho (a capacidade que estas avozinhas têm de nos pôr no lugar!): “Mas é que nem pense nisso! Deixe o menino. Vamos comer a torradinha que dá bem para nós 2! Fazes-me companhia.”

E lá ficou ele palrando com a senhora enquanto dividiam a torradinha e ela me contava a história da vida dela. Quando acabaram o pequeno-almoço, ele salta para cima da mesa, pespega-lhe um beijo e um sorriso.

Tentem lá vocês arrancar-lhe um beijo e um sorriso para verem o desprezo que ele vos dá. Esperem pelos 65, se quiserem.

Agora digam-me lá, quem sou eu para tirar estas pequenas alegrias aos velhotes?

APERCEBIMENTO

Quando levo a Mini-Gente ao infantário de manhã, cruzo-me de carro com uma infinidade de outras mães e de funcionários da creche. Aceno e sorrio.

Amiúde, o sorriso dessas pessoas parece-me exagerado. Apetece-me mesmo perguntar se estão a rir para mim ou de mim.

Hoje de manhã, depois de mais um desses sorrisos que muito se assemelhava a uma gargalhada, olhei para o banco de trás já a pensar e partir para a ignorância. Eis senão quando me apercebo que cada vez que eu sorrio e aceno, a Míni-Gente faz exactamente a mesma coisa pelo que o meu carro mais se assemelha a uma caravana presidencial do que propriamente a um carro de uma respeitável mãe de família.

De manhã, e por alguns minutos, eu sou a Carla Bruni, ele o meu Sarkozy e vamos conquistar a Gália aos Romanos!!!!!

terça-feira, abril 01, 2008

VITÓRIA!!!!

E o 1º semestre está arrumado com sucesso!

EM ROMA...

Só falta saber uma notinha. As restantes cadeiras estão todas feitas.

Enquanto a nota sai e não sai, delicio-me com os beijos de barulho que me dão na ‘buxexa’ e com os bracinhos que me apertam o pescocinho quando acorda com sonhos com ‘muitis maus’ e vai dormir para a minha cama.

O ‘muitis’ deve ser reminiscência dalguma encarnação anterior em que a criatura foi romana. Deve vir do latim (coincidência ou não, a nota que falta é Direito Romano. Devia ter posto o puto a fazer o exame!).

É que os plurais são com iiiiis:

Muito – Muitis
Tanto – Tantis

Etc, etc, etc…

Dentro de poucos dias, vamos recomeçar a odisseia do desfralde que foi ‘abortada’ em Outubro porque a criaturinha deixou de fazer xixi cada vez que não tinha fralda. Não fazia mesmo. Se estivesse 6 horas sem fralda, eram 6 horas sem fazer. O pediatra mandou parar e recomeçar agora.

Lá vamos nós regressar às máquinas infindáveis de roupa para lavar e aos nossos diálogos escatológicos.