O post de hoje é um post indignado com o país e instituições que temos.
A 13 de Maio de 2005, inscrevi o Rafael numa creche em Vilamoura - há 8 meses atrás. Ainda grávida de apenas 3 1/2 meses - onde me prometeram que teria vaga em Fevereiro, altura em que acaba a licença de maternidade. Depois de várias tentativas, acabei por conseguir falar hoje com a Directora que me informou que vagas não há, só lá para Maio ou Junho! Aliás, o ideal, segundo a Srª, era que eu ficasse com ele até ele ter 6 ou 8 meses. Pois muito obrigada pelo conselho!
A 13 de Maio de 2005, inscrevi o Rafael numa creche em Vilamoura - há 8 meses atrás. Ainda grávida de apenas 3 1/2 meses - onde me prometeram que teria vaga em Fevereiro, altura em que acaba a licença de maternidade. Depois de várias tentativas, acabei por conseguir falar hoje com a Directora que me informou que vagas não há, só lá para Maio ou Junho! Aliás, o ideal, segundo a Srª, era que eu ficasse com ele até ele ter 6 ou 8 meses. Pois muito obrigada pelo conselho!
Restam 2 infantários em Almancil: um sabíamos nós que só aceita crianças a partir de 1 ano. Contactado o outro, fomos informados que também só aceitam crianças a partir de 1 ano desde que já andem. Se não andarem, não podem entrar!
As restantes creches com berçário são em Loulé ou Faro. Em Loulé sabemos nós que só em Setembro abrem vagas. Resta-nos Faro, se conseguirmos alguma com vaga, o que não é certo. O que implica termos que fazer 30 kms para irmos pôr o bébe à creche, andarmos 20kms para trás para ir trabalhar e repetirmos ao final do dia, isto pelo menos até Maio ou Junho.
1) Espero não ouvir nos tempos mais próximos que a natalidade está a baixar.
2) Será que os Srs que mandam nas creches acham que todas a mães ainda são domésticas e só põem os filhos nas creches quando são maiorzitos para brincar com os outros meninos? Só assim se explica que as creches sejam para crianças a partir de 1 ano!!! Para os Srs que mandam nas creches aqui vai um update: HELLO!!!! ISSO ACABOU COM AS NOSSAS AVÓS, ACTUALIZEM-SE!!!!!
3) Aos Srs do Governo, aqui vai uma sugestão: porque é que não usam a fortuna que nos sacam do ordenado todos os meses para Segurança Social para criar mais instituições ainda que sejam depois mensalmente pagas por nós de acordo com o nosso escalão de IRS, assim como assim já vamos pagar cerca de €250/mês. Já que não temos um sistema de saúde de jeito, nem reformas de jeito, ao menos que os nossos filhos tenham alguma coisa!
4) Aos Srs do Governo, aqui vai mais uma sugestão: que tal criar incentivos para que as pessoas interessadas em abrir creches e infantários o possam fazer?
5) Quando falo em creches e infantários gostaria também de incluir ATLs. Sim que o sistema de ensino também acha que todas somos domésticas. As crianças na primária têm aulas durante um período, manhã ou tarde, e depois? Os avós hoje em dia ainda são pessoas activas que estão a trabalhar. Ou temos sorte e conseguimos uma vaga num ATL - onde os há - ou somos forçados em colocar as crianças num colégio particular onde, contrariamente ao que se julga, o ensino não é melhor e onde pagamos o mínimo de €500/mês. Serei eu a única que leu a parte da declaração dos direitos das crianças que diz que eles têm direito a educação gratuita????
6)Aos Srs do Governo e Oposição: Não fiquem tão orgulhosas e com um ar benevolente por terem conseguido aumentar a licença de maternidade para 5 meses, lutem mas é para que esse 5º mês seja pago na totalidade como os outros. Porque a maioria das mães não opta por 5 meses porque não recebe 1 tostão se optar. Com a crise que temos, um mês sem ordenado é muito duro! Principalmente para quem acabou de ter um filho e tem custos acrescido. Para terem um exemplo, uma lata de leite para o meu filho dura 3/4 dias e custa cerca de 9 euros (embora haja farmácias que cobram quase 11, mas isso fica para outro dia); o estado não comparticipa nada, niente, nickles... É como a vacina da meningite: a que já era comparticipada passou a ser gratuita; a mais cara (€70) e que não é comparticipada permanece inalterada. Como é que uma mãe pode optar por estar um mês sem ordenado?
Além disso, segundo me foi informado, temos que comunicar até 10 dias após o nascimento do filho qual o tempo de lecença que vamos tirar, 4 ou 5 meses, pelo que mesmo que agora eu quisesse ficar com o bebé mais um mês até arranjar uma solução, isso seria impossível.
Pronto, já desabafei um bocadito. Agora tenho que esperar pelos contactos que fiz para ver se há vagas em alguma ama particular, que provavelmente não declara os seus rendimentos e fica com o dinheiro que um estado em crise como o nosso poderia estar a ganhar. E faz ela muito bem!
Se não houver vagas? Boa pergunta. Talvez leve o meu filho para o trabalho de Fevereiro até haver a vaga que me prometeram há 8 meses atrás. Talvez assim também os empresários particulares se compenetrem que têm que investir neste tipo de coisas e decidam abrir creches para os funcionários. Será que ainda não perceberam que os funcionários trabalhariam mais, mais descansados e mais horas se soubessem que os filhos estão ali ao lado e que não teriam que se preocupar se estava doente, em ter que o ir buscar, etc?
A minha avó tinha uma frase para este país e nunca me pareceu tão verdadeira: 'O mundo está roto e o buraco é aqui!'
1 comentário:
apluado este post de pé!
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