Hoje vamos abordar esta questão e tenho a certeza de que vou ser escorraçada do ciberespaço por um grande número de mães devotas e dedicadas. Talvez apareça até na Oprah como aquela senhora que publicou um editorial em que dizia que amava muito os filhos mas estava era apaixonada pelo marido - e eu devo acrescentar que após ouvir os seus argumentos, concordo 110%.
Cá vamos nós.
Por aquilo que todas as mães diziam, e pela forma como o diziam, eu estava cá convencida de que o instinto maternal era algo que surgia na hora do parto. Algures entre o bebé, a placenta e os inenarráveis fluidos que expelimos, saía o belo do Instinto Maternal.
Pois ou eu sou anormal ou não se passa nada disso. O instinto Maternal é algo muito semelhante ao apaixonarmo-nos por alguém. Vem do conhecimento, do convívio, da atenção dispensada. É claro que ao vermos aquele pequeno ser que acabou de sair de dentro de nós, nos derretemos por completo. É claro que o queremos mimar e proteger, mas o tal do Instinto como os livros o descrevem é algo que vem com o tempo.
É algo que só podemos dizer ter quando:
- apesar de o piolhito ter saído com o pai, o continuamos a ouvir em outra divisão da casa e acorremos apenas para parar a meio do caminho quando nos lembramos que não está;
- temos vontade de o fechar num quarto e ir embora quando não pára de berrar porque quer colo, não por causa da barulheira infernal mas porque nos apetece chorar cada vez que o contrariamos, mesmo sabendo que tem de ser;
- já não ficamos acordadas a noite toda atentas a qualquer suspiro de sua pequena majestade, mas acordamos instantaneamente se ele emite um ruído ligeiramente diferente do habitual.
Até agora, são estas as minhas conclusões e opiniões, se entretanto eu mudar de ideias também vos digo.